... de maneira total, o que incluiria a busca pela Felicidade? E a Felicidade pode ser colocada como carro chefe de todas as nossas buscas?
A esta questão já podemos adiantar que objetivamos aqui nossa Evolução, ou seja, ninguém vem a este mundo (ou não estamos aqui) para ficar 'marcando passo', chegar e partir da mesma forma, sem ter feito nada, sem ter melhorado como pessoa.
Mas não se busca, necessariamente, a Evolução assim de maneira direta. O que deveos tentar de toda maneira é atingir a Felicidade
A Felicidade é um estado da alma, um estado do ser, onde atingimos a plenitude de tudo, muito embora cientes da possível (mas não necessária) finitude dela mesma. Não concordo com aqueles que dizem que: "Você atinge a felicidade e fica bem. Daí surge um novo querer, uma nova necessidade e sua felicidade diminui. Então Você parte em busca de saciar esta nova necessidade para voltar à Felicidade".
Creio que atingir a Felicidade independe de ter nossas buscas saciadas. E, atingindo-a, mesmo que surja nova necessidade, não invalida meu estado de Felicidade.
A Felicidade é, pois, um estado de viver em plenuitude. Não de forma etérea. De maneira terrena mesmo!
Então, no meu entendimento, sou feliz! Tenho tudo que quero? Ainda não, ainda não nas minhas mãos. Mas isto não me torna infeliz. Gozo de uma situação de Felicidade por ter a certeza de ter atingido o melhor entendimento de muitas das coisas necessárias na vida. Uma, o amor. Outra: a volorização de tudo o que consigo obter para saciar minha melhor experiência de vida. Mais uma: por saber da finitude desta vida e não ter angústia por isso.
E este ponto é o que perturba a muitos. Uns não buscam evoluir, se desenvolver, obter coisas e experiências, por pensar que, sendo tudo transitório, todo o trabalho não se justificaria. Outros crêem apenas que que se tudo é transitório, para que teriam de buscar alguma coisa? É só esperar, tudo vai acabar mesmo. Será?
Tenho lembrança de ouvir de um jovem, há algum tempo, que desenvolvia uma dificuldade respiratória (bronquite) que, sendo aquilo algo intratável ou incurável; estando ele tomando sempre medicamentos que prejudicavam o restante do organismo; que sua espectativa de vida não poderia ser muita, talvez chegasse a trinta anos. E, dizia ele, de toda maneira tudo termina mesmo, para que vou me esforçar em algo?
Largou o Colégio ainda antes de terminar o segundo grau. Arrumou um emprego qualquer (aliás lhe arrumaram) pois isto não era importante. Casou com alguém que parecia não ter harmonia pois afinal não fazia diferença também..... Tem hoje 55 anos. Viveu uma vida arrastada, empurrada com a barriga, um casamento infeliz, isolou-se de todos com o tempo (afinal mal casado, filhos complicados, quem quer sse aproximar?).
Então, e isto foi um exemplo, uma pessoa que por saber da transitoriedade da vida e por julgar saber que tinha ainda menos tempo que a média, jogou a vida fora, nunca buscou algo que realmente desejasse. Nunca buscou ser Feliz.
E voltemos à finitude: é justo o fato de sabermos que o baile vai terminar as 3 horas (ou seis) que buscamos nos divertir ao máximo logo no início da noite. E durante toda a noite. É por saber que o verão vai terminar, que aproveitamos ao máximo nossas férias, a praia, o sol. Saber do fim não diminui o valor do que temos, pelo contrário, aumenta a importância que devemos dar ao tempo presente. (Aliás, olha que palavra bonita: Presente!)
Creio que este post vai ficar longo. Creio que vamos voltar a ele, pois não creio que possamos sequer dar início ao assunto, quem dirá discorrer de forma razoável.
Vamos citar um ensaio de Freud sobre esta questão - "Sobre a transitoriedade", que nos aponta para este caminho:
"Era incompreensível, declarei, que o pensamento sobre a transitoriedade da beleza interferisse na alegria que dela deriva. Quanto à beleza da natureza, cada vez que é destruída pelo inverno, retorna no ano seguinte, de modo que, em relação à duração de nossas vidas, ela pode de fato ser considerada eterna. A beleza da forma e da face humanas desaparece para sempre no decorrer de nossas próprias vidas, sua evanescência, porém, apenas lhes empresta renovado encanto. Uma flor que dura apenas uma noite nem por isso nos parece menos bela. Tampouco posso compreender melhor por que a beleza e a perfeição de uma obra de arte ou de uma realização intelectual deveriam perder seu valor devido à sua limitação temporal. Realmente, talvez chegue o dia em que os quadros e estátuas que hoje admiramos venham a se reduzir a pó, ou que nos possa suceder uma raça de homens que venha a não mais compreender as obras de nossos poetas e pensadores, ou talvez até mesmo sobrevenha uma era geológica na qual acabe toda a vida animada sobre a Terrra; visto, contudo, que o valor de toda essa beleza e perfeição é determinado somente por sua significação para nossa própria vida emocional, não precisa sobreviver a nós, independendo, portanto, da duração absoluta".
Continuaremos este post!.....
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