A lei da mente é implacável. O que você pensa, você cria; o que você sente, você atrai; o que você acredita, torna-se realidade. Buda

17 abril, 2010

Bençãos e castigos

As bençãos e castigos são imediatos, nada no futuro. Temos liberdade para fazer escolhas, as que desejarmos! Ao final de uma competição ou no resultado de um concurso, cada um colhe o que semeou, correto? Dizendo diferente, numa corrida de 100m, o terceiro lugar sabe, com certeza, que não treinou o suficiente. Ele não poderá ou não deveria, culpar mais ninguém, nem esperar algo diferente para depois. Apenas não treinou o suficiente. E isto significa que ele colheu o que semeou, que ele recebeu sua benção pelo seu próprio mérito.

Mas há pessoas que insistem em falar de bençãos ou castigos vindos do Além e...

... elas estão corretíssimas! Deixarão a vida passar sendo como autômatos num não pensar e não agir por vontade própria.


Você consegue imaginar alguma situação em que Você mesmo não acabe recebendo de forma imediata o resultado do que Você fez? Pense... Voltemos ao exemplo da competição: vou fazer um concurso. Sei, porque verifiquei, que o nível de aprovação é alto, ou seja, muitos atingem mais que o mínimo e as notas dos primeiros colocados apontam para o fato de que eles acertaram muitas questões nas provas. Então é certo que eles sabem bastante bem o conteúdo que é matéria do exame.

Então eu vou lá, me inscrevo no concurso, volto para casa e sigo na minha rotina habitual, nadinha diferente. Nem mesmo uma dessas apostilas (resumos ou um apanhado do conteúdo) eu leio. Após a prova, saio com uma sensação de vazio, 'credo, como eu sabia poucas questões...'. Alguns dias depois sai o resultado e meu nome nem mesmo consta nos aprovados ou, para não parecer tão ruim assim, meu nome está lá na ordem de classificação 1055. E o concurso falava de 120 vagas. Que eu posso pensar disto?

Se eu for bem sincero na auto-avaliação, vou dizer que o resultado é justo, que eu não sabia quase nada da prova, que nao merecia mesmo passar. Que recebi o prêmio a que tinha direito. Nada além nem aquém. Correto? Minha benção foi ver que tudo é justo e que eu, exercendo minha liberdade de não querer estudar para a prova, colhi o resultado justo. Claro que eu poderia dizer que meu castigo foi não ter tido chance de obter uma das vagas porque eu não estudei. Mas eu prefiro pensar em bençãos.


Daqui de minha casa posso avistar o mar. Uma vista belíssima da baía emoldurada pela ilha que fica logo próxima do continente. De um lado, para cá da ilha, águas sempre calmas, sem ondas, pouco vento. Para além da ilha, diferente, algumas ondas e mais vento. Para fora da baía, dependendo do dia, pode ter muitas ondas e ventos mais fortes. Típicos desta região. E vejo a garotada treinando o velejar em seus pequenos barcos. Aqueles para a classe iniciante, até 11 anos, ou 12, não sei bem.


Há alguns que estão ali todos os dias, exceto quando as aulas e suas exigências não permitem. Caso contrário são batedores de ponto. E ficam lá dando voltas, fazendo manobras e mais manobras em torno de bóias imaginárias. Outros já vêm menos vezes. Só nos dias melhores, menos ventos e sol mais ameno. Ah, e estes treinam sempre dentro das águas abrigadas pela ilha. É mais confortável.

Querem que eu diga o resultado das competições? Precisa ou Vocês já sabem? Sim, sei que já sabem. As competições são feitas em espaços maiores, fora do abrigo da ilha, onde os ventos podem ser do quase nada até mais fortes. E as ondas também. Quem treinou para estas condições? São os que chegam nas primeiras posições. Quem chega em primeiro lugar? Por vezes seguidas aqueles que tem a paciência de serem insistentes em ficar lá, voltas e voltas em bóias que não estão lá, sem platéia, voltando para o clube sós e já mais tarde, friozinho batendo. No mesmo momento em que seus futuros adversários das regatas estão em casa jogando videogame, no quentinho.

Colhemos, cada um de nós, o que semeamos. Nunca há erro!

E o que quero dizer com tudo isto, com estes exemplos, é que minha crença me diz que tudo o que tenho de bençãos são o que colho ou observo nos resultados do que eu faço. E castigos? Só os que eu preparo para mim mesmo. Nenhum mais, nada além. O Além não castiga, nem dá bençãos.

Este post  se deve ao fato de ter recebido a visita de algumas pessoas que vieram bater à nossa porta para nos dizer justo o contrário disto. Que depois desta vida eu serei julgado e castigado ou abençoado pelo que eu tiver feito aqui. Então, irmão.....

Educadamente lhes disse que não queria nem discutir suas idéias, é uma questão de fé ou de crenças e eles vieram com as suas ensaiadas. Aliás, isto é o mais absurdo, eles ensaiam o que dirão. Se Você disser qualquer coisa fora do contexto, e isso eu fiz noutra ocasião, eles dirão que vão pedir ao pastor (ou seja o nome que eles se refiram) que venha lhe visitar. Claro que declinei da oferta.

Mas voltando, a fala é ensaiada, há, a olhos vistos, a falta de convicção ou de certeza. O falta de conhecimento a respeito do assunto ou a certeza de que o que me estão dizendo seja isto mesmo, é patente.

Voltando mais ainda, às bençãos e castigos, repito que não partilho desta idéia. É um tanto cômoda, sei disso, mas mesmo assim declino dela. Sim, é cômodo dizer e aceitar que tudo virá depois, nada Você tem de fazer com convicção agora. Isto é cômodo. Basta Você passar sua vida sendo 'bonzinho' (nos moldes dessas crenças) e tudo dará certo. Agora, se não frequentar o culto, não der o dízimo, irá queimar eternamente. Então eu escolheria ser bonzinho, minha vida é ruim por que Deus quer, isto faz parte de minha missão, depois eu vou para o céu e fico rodeado por anjinhos.

Desculpem-me, mas não posso aceitar isto. É cômodo de uma forma chocosa, gritante, dolorosamente medíocre. Minha vida é aqui, pelo menos esta, e tudo o que eu fizer tem consequência agora! Colho bençãos ou colho castigos eu mesmo. Que eu mesmo me dou, sejam as bençãos ou os castigos.

Estar aqui agora olhando por sobre o monitor a baía com seu mar azul, algumas velas branquinhas dançando lentamente, uma lancha passando, o céu de um azul-acinzentado e muito bonito, as montanhas no oeste, ou seja, estar aqui nesta benção, foi algo que eu escolhi, eu estou colhendo, eu plantei para mim. E isto é presente, não futuro, não outra vida. Ah sim, cabe bem o dito: isto é presente!

Chegar ao fim do concurso e ver meu nome em uma classificação absurda é fruto que eu semeei também. E o resultado é justo. É também o presente que me dei. Não foi ninguém mais, fui eu mesmo.

Chegar em primeiro lugar na regata para aquele garoto que treinou de forma incansável é seu prêmio justo. Claro que ele não deve jogar videogame tão bem quanto os outros. Se a competição for de videogame ele não colherá um bom resultado, afinal não foi o que ele plantou, não foi o que escolheu.

Então, meus amigos, o que quero dizer é que não consigo viver no conforto de pensar ou aceitar que tudo são benesses que eu recebo ou não e pronto. Prefiro o caminho mais duro, o de pensar no que fazer, o de ter de escolher, o de ter que ir em busca quando necessário, o de colher as derrotas que eu mesmo me impus e o de colher os presentes que eu mesmo me dou!

Este é o meu caminho!

.
Aproveite: Livro em promoção com Frete Grátis!

.


.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Toda opinião é aceita e respeitada. Seja bem vindo a este Blog!!!