Motivação influi nos resultados da empresa

Motivação influi nos resultados da empresa é parte do título de um artigo que li no administradores.com.br. A matéria trata de quanto de produtividade podemos esperar de pessoas motivadas por incentivos da empresa. O quanto as oportunidades de carreira dentro da empresa o inspiram?

O texto fala também de que as oportunidades oferecidas inspiram o colaborador a usar todos os seus recursos e habilidade. E textualmente diz: "Eles querem sentir que contribuem de maneira importante para o sucesso da organização".

Outro dia li, em outra fonte, sobre o alinhamento entre as metas da empresa e as metas de cada pessoa que lá trabalha. Há necessidade que este alinhamento exista? Ou apenas ter oportunidades de crescimento e sentir que Você contribui é o suficiente?

Vamos ver a questão das metas individuais, dos sonhos, desejos, escolhas. Se as metas da empresa podem levar Você a realizar seus desejos, beleza, estamos no mesmo barco. Caso contrário, dificilmente os desafios apresentados irão movê-lo no caminho de fazer mais pela empresa.

Então não se trata de alinhamento de sonhos ou metas. O que importa é que as oportunidades que a empresa
oferece, ou possa oferecer, lhe dêem a possibilidade de alcançar seus próprios objetivos. Que podem nada ter a ver com a empresa.

Veja o caso  bem simples daquelas pessoas que, em outros tempos, eram colocadas em algum trabalho numa emprea apenas para representá-la no campeonato de futebol. Sua meta ou desejo era ser destaque no futebol, a empresa para ela era um veículo. Nada na empresa o motivaria.

E há Universidades norte-americanas que ainda praticam esta modalidade: dar bolsas para alunos que joguem nos campeonatos de seus esportes, não importando sua capacidade quanto aos estudos. Aliás, item que acaba não despertando o interesse do jogador, visto que ele não é, de fato, um aluno estudante, somente um aluno jogador.

Concluímos assim que, se as metas da empresa não contemplam os sonhos das pessoas individualmente, nada há que os motive, nem os desafios apresentados. A empresa deveria entender que cada pessoa tem seus sonhos individuais, seus desejos, e que estes não precisam estar alinhados com a empresa.

Um amigo viajava o mundo por conta de uma empresa onde desempenhava altas funções. Um dia lhe falei a respeito, sobre o privilégio de poder estar um dia na França, outro no México, EUA, Canadá. E ele me respondeu: "que porre isto! Mas faz parte do meu caminho, eu acho. O que quero mesmo é ter uma pousada ou pequeno hotel no campo. O dinheiro que juntei já está quase na medida. Assim que eu atingir o que preciso, saio desta vida de intinerante, de estresse constante".

Surpresa? Nenhuma. Ele tinha sua meta, seus desejos poderiam ser resumidos a algo assim: "ter uma vida sossegada no campo, com um meio de subsistência que provenha do turismo, sem viagens estressantes nem grandes decisões urgentes. Ou seja, sem pressão". Para tingir isto, o caminho que encontrou foi esta empresa.

E as metas da empresa estavam alinhadas com as suas? Não, um redondo não! A empresa lidava com produção de celulose, reflorestamentos, etc. Tinha como objetivo continuar a adquirir outras empresas, crescer cada vez mais. Os seus desejos eram sossego, vida tranquila, lugar calmo e sem pressões. Ocorre que as metas da empresa contemplavam seus sonhos, suas escolhas. Eles poderiam se realizar através dela. Melhor: utilizando os recursos que ganhava nesta empresa desempenhando seu trabalho, ele alcançaria seus desejos.

E isto sim o motivava a seguir naquela situação de estresse, de viagens, longe de casa. Era por um tempo limitado, sabia ele. Era o caminho para seu sonho, seu desejo, sua escolha.

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