Repetir para Comunicar

Quando ainda na Escola, e que não foi diferente no colegial ou na Universidade, eu admirava sempre as colocações feitas pelos professores de que já haviam explicado, que já haviam repetido e que, 'se Você ainda não entendeu, é porque lhe falta algo, ou estudar mais, ou prestar mais atenção'.

O tempo passou, atuei com consultoria e treinamentos, comecei a escrever e, aos poucos, fui me deparando com as mesmas questões: - Eu ainda não entendi, podes repetir? E sabem o que eu faço agora que entendi melhor as coisas? ........


Eu não repito! Eu construo outra forma para chegar ao entendimento. Cada pessoa, de acordo com suas experiências anteriores, tem uma forma diferente de entender as questões.



E o que tenho eu com isso? É que eu acredito que cabe a mim, a quem está explicando, me fazer entender. É algo como eu falar português numa platéia onde existem diversos idiomas. Eu só me farei entender em Português, se não mudar minha forma de construir a comunicação. Terei de falar inglês, espanhol e o que mais seja necessário para me fazer entender por todos os presentes.

Ou não realizarei a comunicação. E minha mensagem terá sido perdida.

Ligando com o assunto deste blog, que tem isto a ver? Tudo! A cada vez que re-escrevo sobre um assunto respondendo a alguma mensagem, busco escrever de forma diferente para que possa ser entendido. Afinal, quem me fez a pergunta, não entendeu na forma que eu já escrevi. Tenho de fazer diferente.

E isto dá a impressão para alguns de nossos leitores, que há repetição em alguns textos. Sim, pode até haver no caso de Você ter entendido da primeira forma e entendido de novo da segunda. Parecerá que é só repetição. O que espero é que Você entenda que, se estamos repetindo algo, mesmo que dizendo de outra maneira, é porque alguém não entendeu daquela forma primeira e estamos re-editando a informação.

É como se Você estivesse em uma sala de aula, com diversas outras pessoas, cada uma proveniente de uma cultura, com sua vivência particular, seu aprendizado prévio. A maneira de entendimento neste ambiente é plural, é diverso. E é a diversidade que contrói nosso mundo, nosso ambiente.

E é esta diversidade de pessoas, de culturas e de escolhas, que faz com que nos deparemos diuturnamente com atos e fatos de que gostamos e de que não gostamos.

Aqueles atos de que gostamos nos propiciam a aproximação com estas pessoas, são do 'nosso time'. As experiências, atos, fatos, de que não gostamos, nos afastam de outras pessoas. Não são de 'nosso time'. São pessoas que fazem escolhas que nos parecem inapropriadas para nós. Beleza! Ok!

E isto é ruim? De forma alguma. É bem ao contrário: isto é ótimo!

Nos agrupamos, dividimos vivências e idéias com aqueles que fazem escolhas que nos parecem boas, apropriadas, crescemos com elas. Nos afastamos de pessoas que fazem escolhas estranhas a nós, mas, o mais importante, é que estas pessoas nos mostram ou fazem com que nos deparemos com coisas que não escolheríamos. E isto nos possibilita entender quais as melhores escolhas para nós! O que mais nos agradaria vivenciar. Que fatos e atos mais nos deixam próximos da felicidade!

E, desta forma, evoluimos com todas elas. Todos ganham!

Então, repetindo: a diversidade é muito boa, a repetição é necessária, o ganho é de todos.

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