Hoje pela manhã, voltando de uma cidade vizinha pela BR 101, observei uma cena tão comum nas nossas estradas, mas que me deixam pensando nos motivos e nos riscos envolvidos. Qual será o motivo de alguém se colocar em risco, de escolher correr tantos..
.. perigos.
Eram dois jovens que pareciam estar em férias. Carro com bagagem até no banco traseiro, prancha de surf no teto, rostos vermelhos. Placa de longe.
Vinha pela BR e um caminhão começou a me passar. Estávamos em pista dupla, eu logicamente a direita, cerca de 80 Km/h e o caminhão ultrapassava lentamente devido a pouca diferença de velocidade. Pelo retrovisor vi uma pequena van preta, vindo a cerca de 400 m atrás do caminhão e, desesperadamente, piscando os faróis em sinal de querer passar. Estava também com o pisca esquerdo ligado.
Primeiro pensamento que tive foi: que prepotência de uma pessoa assim em querer que o outro simplesmente suma de sua frente, como se não entendesse a lógica da física que exige um tempo para a manobra de ultrapassagem ocorrer naturalmente. Segundo foi: bom, pode estar com algum problema, alguma urgência.
Quando alcançaram o caminhão que ainda estava na pista da esquerda, emparelharam o carro comigo e pude ver.além de suas bagagens e da prancha, que o motorista tinha o aspecto de uns 20 anos, uma garota ao lado recostada como que cochilando, ambos com rostos avermelhados de sol, como já falei. Observei a placa e era de longe, mais de 1200 Km ao norte. Então não poderia ser pressa por alguma urgência, ou poderia? Logo que o caminhão saiu para a pista direita, o rapaz voltou a acelerar de tal forma que julguei que nunca mais os veria.
Dois kilômetros à frente encontrei-os na fila do pedágio. Bem descansados quanto à fila, tão desligados do fato de demora pela fila que nem notaram estar numa cabine mais ocupada e que havia outras mais vazias e mais rápidas. Note-se que passei na cabine ao lado e saí antes deles do pedágio.
Mais um fato interessante é que ambos conversavam e riam com a alegria característica de jovens enamorados em férias. Bonito, bom de ver, magnífico!
E meus pensamentos voltaram. Pensei nos motivos para aquela forma de se comportar no trânsito. E na escolha de sua companheira de viagem em aceitar aquilo. Duas escolhas estranhas para mim, não entendo os motivos.
Ora, se Você está tão longe de casa, não seria um caminhão mais lento que deixaria sua viagem tão prejudicada em termos de tempo. Se ao parar no pedágio, Você nem se preocupa em observar a cabine mais vazia ao se aproximar, é porque não tem pressa. Ainda mais, a conversa descontraída, alegre e desligada da demora do atendimento, corrobora para a idéia da não pressa.
Aquela maneira de dirigir é então, só por diversão? Aquele jovem escolhe dirigir de forma extremamente rápida e perigosa só para se divertir? Para ter mais adrenalina? Mais perigo? Mais possibilidade de engrossar estatísticas trágicas? Mais chances de a família apenas receber más notícias?
Mas que escolhas são estas? motivadas pelo que? E quantas pessoas, podemos observar nas estradas, fazem estas mesmas escolhas?
Pensemos nisto ao fazermos nossas escolhas na vida. E não só nesta situação de dirigir. Em tudo! Se podemos escolher sermos felizes, por que acumular mágoas, ressentimentos? Se podemos escolher sermos ricos, por que viver a míngua sempre pensando em dificuldades? Se podemos escolher a alegria e a harmonia, por que as desavenças, as brigas?
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Pra saber mais sobre Escolhas...
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