Ainda falando de Liberdade, e seguindo o que falamos ontem ao Antônio (Bom, de toda forma, desagradáveis ou não, o fato é que Você pode escolher e pode fazer.), vamos contar uma outra história de uma decisão ou escolha radical onde o protagonista dá uma demonstração de sua certeza em sua total ...
Liberdade.
A história se passou no litoral do Rio há alguns anos. E o protagonista foi meu companheiro de velejadas bem depois deste fato. Contou ele, e soube depois ser absolutamente correto, que embarcou num veleiro de regatas no Rio com destino a Salvador. Era uma regata, uma competição.
Eis que na costa de Cabo Frio, o dono do barco não queria colocar as velas todas necessárias pois disse que ficava muito desconfortável a viagem. Houve um estranhamento a bordo, afinal era uma competição!
Depois de muitas discussões, o dono do barco disse com deboche: "se alguém não estiver gostando, pode desembarcar". Todos silenciaram sem saber o que fazer. Mas o cidadão apostou no azar!
Estavam não tão longe da costa, viam-se as luzes quando o barco subia na onda. Este meu conhecido calmamente tirou as botas e capas para mal tempo, dobrou-as, colocou numa sacola entregando ao amigo que lhe havia convidado. Vestiu uma camiseta e calção e saltou.
Para esclarecer melhor, era noite, próximo de 22 horas e não estava frio. Pânico inicial, corre corre para buscá-lo, o que era muito difícil com ondas e no escuro. Chamaram muito e ele respondeu que estava bem e não voltaria a bordo. Gritou ainda: "estou acatando ordens do comandante!".
E então apenas foi nadando e se afastando até chegar na praia, horas depois. O Barco teve de retornar ao Rio, pois não pode-se seguir uma regata faltando um tripulante. E os demais tripulantes se negaram a seguir para apenas transportar o barco.
Ele havia sido convidado para uma regata, que era o que desejava. O dono parecia apenas querer uma tripulação para levar seu barco para Salvador de graça. E apostou no azar. Este conhecido tinha consciência total de sua liberdade e optou por mantê-la, mesmo com o desconforto das horas no mar.
Isto foi radical, sem dúvidas. Mas uma demonstração de que todos temos liberdade, muito embora assumir isto possa trazer algum desconforto inicial. Nesta ocorrência, levariam mais um a dois dias de viagem sem sentido. Estavam fazendo papel de bobos na situação.
Ele optou por exercer sua Liberdade e desembarcar. Teve o desconforto inicial, depois a recompensa. Passou três dias em Cabo Frio em casa de amigos, divertiou-se bastante com o alma leve, depois retornou ao Rio. Sem arrependimentos.
Ah, e sobre a ética de ter deixado o barco? Nós devemos sempre permitir que cada um seja como queira ser, todos tem liberdade de escolha e devemos permitir a diversidade. Porém, algo ou alguém que nos incomode por algum motivo, não deve ser tolerado. Não vamos confundir permitir com tolerar.
Se ele permanecesse a bordo teria tolerado a situação e se sentiria muito mal. Possivelmente a harmonia a bordo ficaria muito longe, poderia tudo virar em motim. Ele permitiu a decisão do dono do barco, tanto que acatou a sugestão. E desembarcou!
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E isto me lembra de uma reunião desagradável numa empresa em que trabalhei, onde algumas pessoas estavam fazendo corpo mole no trabalho por não acharem justo o salário. Na reunião o proprietário da empresa pediu a colaboração e disse que o salário era o que havia sido combinado, as tarefas também. De toda maneira, empresa iniciando, não poderia pagar mais do que aquele valor. Se alguém não estivesse de acordo poderia sair da empresa a qualquer momento.
Um cidadão levantou, pediu licença educadamente, e saiu. Foi a sua mesa, arrumou suas coisas e aguardou o fim da reunião para os trâmites legais. Aplausos para ele. Um ser livre!
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Leia também:
Lei da Atração, Liberdade e Crenças
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